
“A Igreja está viva!”
Esse paroquiano tem razão. A Igreja está viva porque não envelhece, não murcha, não morre: é e sempre jovem porque é uma fonte de Verdade e de Vida que não se exaure. É jovem porque a sua Palavra é eterna e a mensagem de Salvação da qual é portadora não muda. A Igreja não envelhece porque é e será aquela mesma que foi desde o dia do seu nascimento. Em contínua renovação, mas idêntica a si mesma. “Até que nasça e tramonte o sol – escreve Santo Agostinho – ela durará” (En. In Os. 71,8). “Ela é mais alta que o céu, mais vasta que a terra. Não envelhece jamais, mas é sempre jovem”, afirma São João Crisóstomo (Hom. De capto Entropio, 6).
A vida da Igreja é também o mistério de uma realidade ao mesmo tempo mortal, para a humanidade dos membros de que se compõe, mas eterna pela divindade da sua origem e do seu fim. O que afirma Bento XVI não é diferente de quanto Pio XII proclamava em 1942: “A juventude da Igreja é eterna porque a Igreja não envelhece, mudando o passo segundo as condições do tempo, no seu caminho em direção à eternidade. Os séculos que conta são para ela um dia, como são um dia os séculos que ela espera”. “A Igreja é sempre jovem” – repetia o Papa Pacelli. Ela, efetivamente, “vive de vida indestrutível e reencontra sempre de novo o seu vigor juvenil, segundo a vontade e com a Graça dAquele que está ao seu lado até a consumação dos séculos”.
Mas a juventude da Igreja, segundo Pio XII, manifesta-se especialmente na dor. “Ela é ‘Esposa de sangue’ (Ef 4,25). No sangue estão os seus filhos, os seus ministros, caluniados, aprisionados, mortos, trucidados. Quem jamais poderia acreditar possível, neste século XX – depois de tantos progressos de civilização, depois de tantas afirmações de liberdade -, tantas opressões, tantas perseguições, tantas violências? Mas, a Igreja não teme! Ela deseja ser Esposa de sangue e de dor, para trazer em si a imagem do seu Esposo divino, para sofrer, para combater, para triunfar com ele”.
A imagem da Igreja “Esposa de sangue e de dor” foi impressa a fogo no século XX. No seu testamento, João Paulo II transmite-a ao século XXI com estas palavras: “A Igreja encontra-se num período de perseguição tal que não é inferior àquelas dos primeiros séculos, antes é-lhes superior pelo grau de impiedade e de ódio. Sanguis martyrum, semen christianorum”.
Bento XVI retomou o conceito desde o início do seu pontificado, recordando, que “é lícito esperar uma renovada floração da Igreja” porque “o sangue dos mártires é semente de novos cristãos”.
A fonte da juventude da Igreja está no sangue de seus membros. A velhice da sociedade moderna está na sua incapacidade de viver a Verdade, de derramar o sangue por ela. A Igreja é fecunda porque nos seus membros circula o Sangue de Cristo que brota do Sacrifício do Calvário. A sociedade moderna é estéril, como as uniões que pretendem legalizar, porque quis dissolver as próprias raízes cristãs e as próprias veias espirituais e hoje morre anêmica.
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